terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Adesão do MTST amplia jornada de movimentos sociais em defesa de Lula

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Em resposta a entrevista polêmica de deputado do Psol, movimento defende que toda a esquerda deve manter-se unida na luta por direitos e em defesa da democracia
da Rede Brasil Atual

São Paulo – O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) divulgou no final de 2017 nota por meio da qual defende a presença da organização nas articulações sociais e populares em defesa da democracia e do direito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disputar a eleição presidencial deste ano.

A defesa do ex-presidente tem reafirmado reiteradamente que o julgamento-relâmpago em segunda instância, marcado para 24 de janeiro, é parte do processo de perseguição judicial com objetivos políticos – definido como lawfare no vocabulário jurídico internacional.

O texto do MTST vai ao encontro do vêm afirmando as principais organizações do país – como CUT, Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), União Nacional dos Estudantes (UNE), Frente Brasil Popular, Levante Popular da Juventude, entre outras – de que a operação é uma “clara tentativa” de retirar Lula da disputa.

“O MTST se coloca na luta em defesa do direito de Lula ser candidato. Trata-se de defender a democracia contra mais um passo do golpe, até porque esse julgamento tem se demonstrado profundamente antidemocrático, baseado mais em certas convicções do que em provas concretas. Por isso estaremos em Porto Alegre no dia 24 de janeiro construindo as manifestações”, afirma o movimento liderado pelo também presidenciável Guilherme Boulos.
A antecipação do debate eleitoral de 2018 tem sido tema de inúmeras discussões no campo da esquerda. A coordenação do MTST tem debatido o convite feito pelo Psol a Guilherme Boulos, para a disputa presidencial, com serenidade e respeitando os tempos da construção coletiva”, assinala a nota.

“Colocaremos nossa posição tão logo essa discussão se conclua internamente e junto com companheiros do Psol. Neste momento, porém, acreditamos que toda a esquerda deve se unir mais uma vez na luta por direitos e em defesa da democracia.”

A afirmação ocorre dias depois de o deputado estadual pelo Psol do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, um dos principais expoentes da legenda em nível nacional, defender a filiação e candidatura de Boulos, mas, ao mesmo tempo, colocar em dúvida a necessidade e a possibilidade de união das esquerdas no embate eleitoral deste ano.

A mobilização pela democracia e pelo direito do ex-presidente a um julgamento imparcial e a ampla defesa começa o ano reforçada.

A CUT orientou todas as entidades sindicais filiadas a convocar suas bases a participar dos atos programados em defesa de Lula antes e durante o julgamento pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) em 24 de janeiro em Porto Alegre.

Estão previstas caravanas para a capital gaúcha e concentrações por todo o Brasil.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou que o processo contra Lula converteu-se em “linchamento político”, como parte de um “processo político de perseguição a Lula e ao que ele representa”.
Nos primeiros dias do ano, estima-se que o manifesto “Eleição sem Lula é Fraude”, com adesão de personalidades como a ex-presidenta da Argentina Cristina Kirchner, o filósofo norte-americano Noam Chomsky, o compositor Chico Buarque, os escritores Raduan Nassar e Milton Hatoum, os jornalistas Hildegard Angel e Mino Carta, o jurista Fábio Konder Comparato, o economista e ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, e inclusive Boulos, ultrapasse a marca de 100 mil assinaturas.

NOTA DE FIM DE ANO DO MTST

Unidade contra os retrocessos e em defesa da Democracia
O ano de 2017 marcou o aprofundamento do golpe no Brasil: cortes de programas sociais, perdão de dívidas dos ruralistas, venda do Pré-Sal, isenção de impostos para petroleiras multinacionais, mudanças na legislação ambiental…

Enfim, o cardápio de retrocessos de Temer foi variado.
O ponto mais grave foi a aprovação da Reforma Trabalhista, proposta que foi propagandeada como um mal necessário para recuperar a geração de empregos e mostrou suas consequências já no primeiro mês de aplicação: 12,3 mil vagas formais fechadas no Brasil.
É claro que todos esses ataques enfrentaram resistência, especialmente no primeiro semestre.

Em abril, o povo se mobilizou em todo o país construindo a maior Greve Geral dos últimos anos, com 35 milhões de brasileiros e brasileiras em paralisação.
No dia 24 de maio, 200 mil pessoas ocuparam Brasília.

O MTST também esteve presente nas mobilizações e iniciou o ano com uma ocupação de 22 dias na avenida Paulista pela retomada do programa Minha Casa Minha Vida – Entidades.
Organizamos também grandes ocupações nas periferias, a exemplo da Povo Sem Medo em São Bernardo do Campo.
O ano de 2018 se aproxima com o anúncio de novos retrocessos.
O governo Temer já programou a votação de Reforma da Previdência para fevereiro.

Precisaremos novamente de muita unidade para a construção de mobilizações e paralisações.
Além disso, enquanto as discussões a respeito do Sistema Parlamentarista ou Semi-Presidencialista crescem em Brasília, o julgamento do ex-presidente Lula no TRF-4 em Porto Alegre foi marcado em tempo recorde, para 24/1, numa tentativa clara de retirá-lo da disputa presidencial através do tapetão.

O MTST se coloca na luta em defesa do direito de Lula ser candidato.
Trata-se de defender a democracia contra mais um passo do golpe, até porque esse julgamento tem se demonstrado profundamente anti-democrático, baseado mais em certas convicções do que em provas concretas.

Por isso estaremos em Porto Alegre no dia 24 de janeiro construindo as manifestações.
A antecipação do debate eleitoral de 2018 tem sido tema de inúmeras discussões no campo da esquerda.

A coordenação do MTST tem debatido o convite feito pelo PSOL a Guilherme Boulos, para a disputa presidencial, com serenidade e respeitando os tempos da construção coletiva.

Esta possibilidade, aliás, surgiu do acúmulo social e organizativo do MTST e de debates amplos como os promovidos pela plataforma Vamos, que desde sua origem busca construir a mais ampla unidade entre a esquerda.

Colocaremos nossa posição tão logo essa discussão se conclua internamente e junto com companheiros do PSOL.

Neste momento, porém, acreditamos que toda a esquerda deve se unir mais uma vez na luta por direitos e em defesa da democracia.
“Os caídos que se levantem!
Os que estão perdidos que lutem!

Quem reconhece a situação como pode calar-se?
Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
E o ‘hoje’ nascerá do ‘jamais’.”
Bertold Brecht – O elogio da dialética


COORDENAÇÃO NACIONAL DO MTST

Fonte: desabafopais.blogspot.com.br

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