segunda-feira, 5 de março de 2012

O HOMEM SEM SAPATO



Um homem já de certa idade entrou no ônibus. 
Enquanto subia, um de seus sapatos escorregou para o lado de fora. 
Mas a porta se fechou e o ônibus saiu, e não foi possível recuperá-lo. 
Tranquilamente, o homem retirou seu outro sapato e jogou-o pela janela.
Um rapaz, vendo o que acontecera, perguntou: notei o que o senhor fez. 
Por que jogou fora seu outro sapato? 
Eu agi de forma que quem o encontrar seja capaz de usá-los. 
Provavelmente, apenas alguém necessitado dará importância a um sapato usado encontrado na rua. 
E de nada lhe adiantará apenas um pé de sapato. 
Assim, o homem mostrava ao jovem que não vale à pena agarrar-se a algo simplesmente por possuí-lo, nem por que você não deseja que outro o tenha. 
Perdemos coisas o tempo todo. 
A perda pode nos parecer penosa e injusta inicialmente, mas a perda só acontece de modo que mudanças, na maioria das vezes positivas, possam ocorrer em nossa vida.
Como o homem da história, nós temos que aprender a nos desprender. 
Alguma força decidiu que era hora daquele homem perder seu sapato. 
Talvez isso tenha acontecido para iniciar uma série de outros acontecimentos bem melhores para o homem do que aquele par de sapatos.
Talvez a procura por outro par de sapatos tenha levado o homem a um grande benfeitor.
Talvez uma nova e forte amizade com o rapaz do ônibus. 
Talvez aquele rapaz precisasse presenciar aquele acontecimento para adotar uma ação semelhante. 
Talvez a pessoa que encontrou os sapatos tenha, a partir daí, a única forma de proteger os pés.
Seja qual for a razão, não podemos evitar perder coisas. 
A propósito, algumas perdas são até necessárias… O homem sabia disso. 
Um de seus sapatos tinha saído de seu alcance. 
O sapato restante não mais o ajudaria, mas seria um ótimo presente para uma pessoa desabrigada, precisando desesperadamente de proteção do chão.
Acumular posses não nos faz melhores nem faz o mundo melhor. 

Todos temos de decidir constantemente se algumas coisas devem manter seu curso em nossa vida, ou se é melhor seguir sem elas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário