sexta-feira, 10 de junho de 2011

CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO FARÁ HOMENAGEM "IN MEMORIAN" AO POTIGUAR VIRGÍLIO GOMES DA SILVA


Capa do livro Virgílio Gomes da Silva. De Retirante a Guerrilheiro, escrito por Edileuza Pimenta e Edson Teixeira
De autoria do Vereador Francisco Chagas-PT/SP a Câmara Municipal de São Paulo aprovou o TITULO DE CIDADÃO PAULISTANO " In Memorian" a VIRGÍLIO GOMES DA SILVA pela sua dedicação ás causas sociais e dos trabalhadores, luta e sacrifício pela democracia, defesa das liberdades civis e rastauração do Estado de Direito.  A sessão solene acontecerá dia 15 DE AGOSTO no Plenário da Câmara Municipal de São Paulo.
Virgílio Gomes da Silva, assim como milhões de cidadãos brasileiros nascidos no Nordeste, começõu vencendo a miséria.
Retirante, nasceu em 15 de agosto de 1933 em Sitio Novo, Distrito de Santa Cruz/RN.
Saiu do sertão do Rio Grande do Norte nos anos 50 para tentar a vida em São Paulo, para onde veio quando tinha 18 anos de idade, onde o começo foi muito dificil. Era filho de Sebastião Gomes da Silva e Isabel Marinho de Carvalho. 
Em São Paulo, na década de 50, começa a trabalhar na CIA. Nitroquímica, sediada em São miguel Paulista e se associa ao Sindicato dos Químicos de São Paulo e Região e por meio das lutas sindicais, adquiriu consciência política e tomou contato com as idéias do Partido Comunista Brasileiro - PCB, ao qual se filia no ano de 1957.
Era trabalhador e sindicalista incansável, destacando-se por seu desprendimento e disposição, não tinha descanso, " nem dava trégua para a indolência, uma expressão que costumava usar."
Na sua trajetória na luta armada contra o regime de exceção, menos de 1 mês após ter comandado através da Ação Libertadora Nacional - ALN, uma das ações mais espetaculares da luta da resistência contra a ditadura, que foi o sequestro do Embaixador americano no Brasil, Charles Elbrick e sua troca pela liberdade de 15 presos políticos do regime e seu exílio no exterior, entre eles José Dirceu, Ricardo Zarattini, Wlademir Palmeira, Gregório Bezerra, Luis Travassos, José Ibraim, Flávio Tavares, entre outros.  Virgílio foi preso na capital na Avenida Duque de Caxias e brutalmente assassinado sob tortura no mesmo dia, na sede da famigerada Operação Bandeirantes, OBAN, no dia 29/09/1969, com apenas 36 anos de idade.
No entanto, apenas no ano de 2004 sua família, amigos e antigos companheiros de luta tiveram a confirmação da sua morte, através da divulgação de um laudo do IML da época da ditadura, que atestava sua morte depois de ser brutalmente torturado nas dependências da famigerada Operação Bandeirantes - OBAN.
O laudo do IML registra a barbárie cometida pelos torturadores e assassinos contra Virgílio: a maioria dos seus ossos foram quebrados, seus órgãos internos destruídos, os olhos foram arrancados e o único órgão vital que permaneceu íntegro foi seu coração.
Seus restos mortais ainda se encontram em local desconhecido, supostamente no Cemitério de Vila Formosa, na capital, para onde eram levados secretamente os corpos dos que caiam vitimas da violência dos órgãos de repressão da ditadura militar.  Virgílio ou "Jonas" foi o primeiro desaparecido político do regime militar.

DECLARAÇÃO DE SUA VIÚVA, DONA HILDA: " Virgílio tinha pouco estudo, mas aprendeu muito com a militância do PCB e da ALN, sabia que corria perigo, mas era um lutador.  Morreu na prisão.  Desde sua morte, nós, a familia e companheiros procuramos por ele, sem descanso.  Vai ser uma emoção muito grande quando soubermos onde estão seus restos mortais.  Eu nunca pude enterrar meu marido, levar uma flôr no seu túmulo.  Para mim, continuo torturada.  Tudo o que queremos é a abertura dos arquivos, a localização do corpo, e quem sabe, a punição dos nosso torturadores.  Ele não tinha dó do corpo dele e deu a vida pela liberdade, foi um revolucionário."
Proporsição feita por um outro POTIGUAR, o Vereador por São Paulo, Francisco Chagas, natural de Riachuelo-RN.
Resumo constado na JUSTIFICATIVA do nobre vereador.

Últimas notícias:  Foram encontrados a dois meses restos mortais de dezenas de companheiros(as) mortos pelo regime militar, encontrados no Cemitério de Vila Formosa.  Temos esperança que entre as ossadas estejam ao do companheiro Virgílio Gomes da Silva.  Queremos parabenizar ao nobre vereador Francisco Chagas por esta bonita e merecida homenagem ao um homem que deu sua vida pela liberdade e a democracia brasileira. Eduardo Vasconcelos-ANE-RN CPC-RN

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